Negros no Brasil enfrentam quase três vezes mais risco de serem assassinados, segundo dados que ganham destaque após casos recentes de violência racial. Em agosto, um artista e capoeirista foi morto por um segurança em um supermercado de Santo André, na Grande São Paulo, durante uma abordagem. A família da vítima denuncia que a aparência dele influenciou o tratamento recebido.
Cinco anos após a morte de João Alberto Silveira Freitas, assassinado por seguranças em um Carrefour de Porto Alegre, o caso ainda repercute nacionalmente. João Alberto foi asfixiado após ser agredido no estacionamento do estabelecimento, episódio que gerou protestos e comparações internacionais ao caso George Floyd. Embora seis pessoas tenham sido acusadas por homicídio triplamente qualificado, a Justiça retirou recentemente a motivação racial do processo, provocando críticas da família e ativistas.
O Carrefour afirmou estar comprometido com a luta contra o racismo estrutural e destacou investimentos em inclusão e diversidade após o episódio. Especialistas e representantes do movimento negro alertam para a persistência da discriminação em ambientes comerciais e a necessidade de mudanças profundas na sociedade brasileira para garantir segurança e respeito à população negra.