Em 2023, astrônomos liderados por Run-Chao Chen, da Universidade de Nanquim, detectaram pela primeira vez o sinal periódico — descrito como o “batimento cardíaco” — de um magnetar recém-nascido durante a explosão de raios gama GRB 230307A. O fenômeno, observado por apenas 160 milissegundos, ocorreu 24,4 segundos após o início da explosão e indica a formação desse objeto altamente magnético após a fusão de estrelas de nêutrons.
As explosões de raios gama são os eventos mais energéticos do universo e costumam ser classificadas em curta ou longa duração, associadas respectivamente a fusões de estrelas de nêutrons e colapsos estelares que geram buracos negros. Contudo, GRB 230307A apresentou uma duração longa (200 segundos) com características típicas de fusão, sugerindo maior complexidade nesses fenômenos. Casos anteriores, como GRB 211211A em 2021, também indicam que magnetares podem se formar e sobreviver a essas fusões violentas.
Essa descoberta reforça a hipótese de que os jatos de raios gama são impulsionados por campos magnéticos intensos e inaugura uma nova era na astronomia multimensageira, conectando observações de raios gama e ondas gravitacionais. Compreender a formação dos magnetares é fundamental para desvendar os mistérios dos campos magnéticos extremos e o comportamento desses objetos compactos no cosmos.