No dia 4 de dezembro, um médico veterinário foi preso em Campinas, no interior de São Paulo, suspeito de ser o maior fornecedor de receitas de ketamina para o tráfico da substância. A apreensão é resultado de uma investigação da Polícia Civil do Paraná, que apontou a existência de uma quadrilha que recrutava veterinários para obter o sedativo e utilizá-lo na produção de drogas alucinógenas, como a chamada ‘Special K’. Este esquema criminoso foi desmantelado após a prisão de outras sete pessoas em uma operação realizada no dia anterior.
As investigações indicam que o veterinário detido prescreveu receitas para a compra de mais de 112 mil frascos de ketamina entre 2021 e 2025, permitindo o abastecimento do tráfico em larga escala. Além disso, a operação revelou um sistema estruturado de distribuição e venda irregular da substância, com a colaboração de outros profissionais de saúde, que eram pagos para emitir as receitas. A delegada responsável pela investigação destacou que esse é um dos maiores grupos criminosos de tráfico de cetamina já identificados no Brasil.
Os desdobramentos da operação incluem a continuidade das investigações, que visam identificar o núcleo financeiro da organização e ampliar o alcance das prisões. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias, e os envolvidos podem ser indiciados por tráfico de drogas e organização criminosa. A apreensão dos medicamentos, que serão doados à Prefeitura de Curitiba, também levanta questões sobre a regulamentação e fiscalização do uso veterinário da ketamina no país.


