Universidades brasileiras e Glasgow estudam impacto climático em favelas

Camila Pires
Tempo: 2 min.

Três instituições de ensino superior do Brasil, em colaboração com a Universidade de Glasgow, iniciam um projeto de pesquisa voltado para a crise climática nas favelas. O estudo, que se concentrará em comunidades de Natal (RN), Curitiba (PR) e Niterói (RJ), está programado para durar até 2027 e tem como objetivo envolver moradores na criação de uma base de dados sobre as condições climáticas locais. O projeto, denominado Pacha, será coordenado pelo cientista João Porto de Albuquerque e contará com um investimento de R$ 14 milhões da fundação britânica Wellcome Trust.

O Pacha busca abordar as desigualdades enfrentadas pelas populações de favelas, que são especialmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, como enchentes e deslizamentos. As universidades participantes, incluindo a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Fundação Getulio Vargas e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, trabalharão em conjunto para desenvolver evidências que possam influenciar políticas públicas de adaptação e mitigação. As atividades envolvem a formação de pesquisadores comunitários, que receberão bolsas para engajar suas comunidades no processo de pesquisa.

Com o lançamento de um edital previsto para janeiro de 2026, o projeto pretende capacitar moradores a se tornarem replicadores do conhecimento gerado. A cada seis meses, eventos nas cidades participantes apresentarão resultados parciais da pesquisa, garantindo a participação contínua das comunidades. O objetivo final é produzir dados que ajudem a formular políticas públicas mais justas e eficazes, levando em conta as especificidades das favelas e suas condições de vida.

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