A União Europeia anunciou o adiamento da assinatura do acordo comercial com o Mercosul, inicialmente prevista para esta semana. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou a líderes do bloco que a nova data para a formalização do tratado será em janeiro. Essa decisão foi tomada em meio a objeções de países como Itália e França, que levantaram preocupações sobre o impacto do acordo em seus setores agrícolas.
O adiamento ocorre em um contexto de tensões políticas, com a Itália se somando à França na resistência ao acordo, o que colocou em risco as negociações que já duram 26 anos. Durante a reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, protestos de agricultores contrários ao tratado também marcaram a pauta, evidenciando a pressão interna sobre os líderes europeus. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tentou intervir ao contatar a primeira-ministra italiana, buscando convencer Roma a apoiar o acordo.
As implicações desse adiamento são significativas, pois o acordo Mercosul-UE representa uma das maiores parcerias comerciais globais, envolvendo um PIB combinado de aproximadamente US$ 22 trilhões. Sem a assinatura, o Mercosul poderá redirecionar suas negociações comerciais para outros parceiros, como Reino Unido e Japão, enquanto a União Europeia enfrenta uma crescente pressão interna. A situação atual representa um teste crítico para a diplomacia internacional e o futuro das relações comerciais entre os blocos.

