Trabalhadores processam Volkswagen por escravidão durante a ditadura

Sofia Castro
Tempo: 2 min.

Quatro trabalhadores, que foram submetidos a condições análogas à escravidão durante a ditadura civil-militar, processam a Volkswagen do Brasil em busca de reparação. O caso, que remonta às décadas de 1970 e 1980 em uma propriedade da empresa no Pará, tramita na Vara do Trabalho de Redenção, onde cada um dos reclamantes pede R$ 1 milhão por danos morais e existenciais, valores que refletem a gravidade das violações sofridas.

As ações individuais seguem uma ação civil pública do Ministério Público do Trabalho, que reivindica R$ 165 milhões em danos coletivos e medidas de proteção para evitar recorrências. A Fazenda Vale do Rio Cristalino, onde os trabalhadores foram explorados, pertence à Companhia Vale do Rio Cristalino Agropecuária, uma subsidiária da Volkswagen, que recebeu incentivos fiscais e recursos públicos para suas atividades. O caso destaca as responsabilidades institucionais da empresa em relação às violações de direitos humanos.

O advogado dos trabalhadores afirma que a situação expõe a face empresarial da ditadura e que a Volkswagen tenta deslegitimar suas práticas de exploração sob o argumento de que eram comuns na época. Enquanto isso, a empresa defende-se, afirmando seu compromisso com a dignidade humana e a conformidade com leis trabalhistas. O desfecho desse processo pode ter repercussões significativas não apenas para as vítimas, mas também para a imagem e as práticas trabalhistas da montadora no Brasil.

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