Na próxima terça-feira, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, realizará uma acareação entre o proprietário do Banco Master e autoridades do Banco Central, descontentando a Procuradoria-Geral da República. A decisão foi tomada de ofício, levantando preocupações sobre a prematuridade do ato em um momento em que o inquérito ainda está em andamento. O procurador-geral já havia solicitado a suspensão da acareação, argumentando que era necessária mais investigação antes de confrontar os envolvidos.
A acareação visa esclarecer a atuação do Banco Central na liquidação do Banco Master, marcada por suspeitas de operações fraudulentas. A decisão de Toffoli, embora legal, é vista como incomum entre ministros do STF, que reconhecem a necessidade de respeitar a autonomia do colega. Para alguns, a convocação foi fundamentada em elementos sólidos, mas a maioria acredita que mais evidências deveriam ser coletadas antes de um confronto direto.
As reações ao ato de Toffoli refletem um debate mais amplo sobre os limites da atuação do Judiciário em investigações. Especialistas expressam preocupações sobre o impacto da acareação na dinâmica entre fiscalizadores e fiscalizados, além de questionar a legalidade da decisão em um contexto onde o processo penal ainda não está formalmente instaurado. O desdobramento deste caso pode influenciar a percepção pública sobre a transparência e a eficácia das instituições financeiras e do sistema judicial.

