O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, decidiu convocar uma acareação entre o diretor de Fiscalização do Banco Central, um ex-presidente do BRB e o proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, para a próxima terça-feira. A decisão acontece em meio ao recesso do Judiciário e gerou descontentamento entre a Procuradoria-Geral da República e o próprio Banco Central, que consideram a medida prematura e atípica.
Integrantes da PGR e do BC questionam a necessidade da acareação neste estágio da investigação, ressaltando que uma apuração mais aprofundada seria desejável antes de confrontar as partes. A audiência visa esclarecer a atuação do BC na liquidação do Banco Master, que ocorreu após suspeitas de operações fraudulentas envolvendo R$ 12 bilhões. Especialistas divergem sobre a legalidade da medida, mas reconhecem que ela pode impactar a autonomia das instituições envolvidas.
Com a convocação da acareação, Toffoli busca avaliar a demora na liquidação do banco e as ações do BC em relação às suspeitas que surgiram. Críticos da decisão apontam que o ato pode expor o diretor da autoridade monetária e comprometer a imparcialidade da fiscalização. A situação continua a gerar debates entre juristas e autoridades sobre os limites da atuação do Judiciário em investigações ainda não formalmente processadas.