As crescentes tensões entre Estados Unidos e Venezuela, acentuadas pelo envio de tropas americanas à região do Caribe e Pacífico, suscitam preocupações sobre a possibilidade de um conflito militar iminente. Nesta terça-feira, 2, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que ataques contra alvos na Venezuela terão início em breve, criando incertezas sobre as consequências para o Brasil, que compartilha uma extensa fronteira com o país vizinho.
Um eventual confronto entre Washington e Caracas poderia resultar em um novo fluxo de imigrantes venezuelanos em direção ao Brasil, especialmente para estados como Roraima e Amazonas, que já enfrentam desafios devido à sobrecarga nos serviços públicos. Segundo dados da ONU, entre 2015 e 2024, aproximadamente 568 mil venezuelanos cruzaram a fronteira, e uma guerra poderia agravar essa situação. Além disso, a possível instabilidade na Venezuela ameaça a segurança energética de Roraima, que não está integrado ao Sistema Interligado Nacional, podendo resultar em apagões e desabastecimento.
A situação coloca o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma posição delicada, uma vez que ele é pressionado a tomar uma posição clara em um momento em que busca melhorar as relações com os EUA. A imagem do Brasil como um mediador pacífico na América do Sul pode ser comprometida se a crise não for gerida adequadamente. Especialistas alertam que, se o Brasil não conseguir atuar efetivamente nesta situação, poderá sofrer um golpe em sua reputação internacional.


