As taxas dos DIs encerraram a terça-feira (23) com leves baixas, refletindo a reação do mercado após o cancelamento de uma entrevista pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A desistência, atribuída a “questões de saúde”, contrabalançou a pressão de alta na curva de juros provocada pela inflação de serviços, conforme demonstrado pelo IPCA-15, que mostrou uma leve aceleração em dezembro.
O IPCA-15 subiu 0,25% em dezembro, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, o que trouxe alívio temporário aos investidores. As taxas do DI para janeiro de 2028 e 2035 marcaram 13,27% e 13,7%, respectivamente, em momentos de recuo após a notícia do cancelamento. A possibilidade de que a candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência em 2026 pudesse ser afetada também contribuiu para essa dinâmica no mercado financeiro.
Apesar das baixas nas taxas, as expectativas de manutenção da taxa Selic em 15% até janeiro permanecem elevadas, com cerca de 70% de chance de que não haja corte. O mercado brasileiro de DIs não funcionará na quarta-feira devido às festividades de Natal, mas os Treasuries nos Estados Unidos continuarão operando. Assim, o cenário econômico permanece volátil, com a atenção voltada para os desdobramentos políticos relacionados ao ex-presidente e sua família.