Sete anos após tragédia, Brumadinho enfrenta adoecimento e insegurança

Carlos Eduardo Silva
Tempo: 2 min.

Brumadinho, Minas Gerais, se aproxima do sétimo aniversário do rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, ocorrido em fevereiro de 2019, que resultou na morte de 272 pessoas. Após a tragédia, um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que 70% dos domicílios do município enfrentam adoecimentos físicos ou mentais, refletindo os impactos persistentes na saúde da população. Os dados evidenciam a continuidade de sintomas como estresse, insônia e depressão entre os moradores.

Além dos problemas de saúde, a pesquisa aponta uma grave insegurança sanitária. A maioria das famílias vive com o receio constante de contaminação dos alimentos e a água, essencial para a vida, apresenta riscos devido à presença de metais pesados. A dificuldade de acesso a consultas médicas e tratamentos também é uma preocupação, com 76% das famílias relatando obstáculos para obter assistência na saúde, agravando a situação da comunidade.

As consequências econômicas da tragédia são igualmente alarmantes. O professor Ricardo Machado Ruiz, um dos autores do estudo, estima que Brumadinho pode perder entre R$ 7 bilhões e R$ 9 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo, a menos que medidas de diversificação econômica sejam implementadas. A falta de alternativas à mineração, que era a base da economia local, pode perpetuar os danos financeiros e sociais, deixando a população em um estado de vulnerabilidade e incerteza.

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