No dia 17 de dezembro de 2025, o Senado Federal aprovou o projeto de lei da Dosimetria, que propõe a redução de penas para aqueles condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, potencialmente beneficiando o ex-presidente Jair Bolsonaro. A votação, que resultou em 48 votos a favor e 25 contrários, agora aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já manifestou a intenção de vetar a proposta.
A aprovação do projeto expôs uma divisão significativa na base governista, decorrente de um acordo entre o líder do governo, Jaques Wagner, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A manobra, que visava a liberação da pauta da Dosimetria em troca de cortes fiscais prioritários, provocou descontentamento entre aliados, levando a protestos de líderes de partidos como o MDB e o PSD. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou publicamente a negociação, afirmando que o governo não endossa a proposta.
Se sancionada, a nova legislação permitirá a liberdade condicional para mais de 100 indivíduos presos por envolvimento nos eventos de 8 de janeiro, e poderá reduzir a pena de Bolsonaro de quase oito anos para apenas dois anos e quatro meses. O projeto, que já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados, levanta preocupações sobre a impunidade e a proteção de condenados por crimes graves, criando um ambiente tenso em meio ao cenário político brasileiro.

