Os rendimentos no Brasil seguem em ascensão, apesar dos sinais de desaceleração do mercado de trabalho, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Economistas consultados indicam que o crescimento da renda real deve persistir a curto prazo, não representando uma preocupação imediata para a política monetária do Banco Central.
Rodolfo Margato, da XP Investimentos, acredita que a estabilização do emprego e o aumento da renda real são tendências atuais. Ele menciona que a taxa de desemprego neutra permanece abaixo dos níveis de equilíbrio, o que sugere um mercado de trabalho ainda apertado. Adicionalmente, projeta-se um crescimento do PIB próximo ao potencial, sustentado pela alta da renda real nos próximos anos.
Por outro lado, Antonio Ricciardi, do Banco Daycoval, alerta que os rendimentos, embora cresçam, estão pressionados e podem criar viés inflacionário. Com uma expectativa de desaceleração dos rendimentos e um controle mais rigoroso da inflação, o cenário para a política monetária permanece cauteloso, mas sem mudanças drásticas na condução dos juros nos próximos meses.