O Relatório de Conflitos de Mineração 2024, elaborado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca que mais de um milhão de brasileiros foram impactados por conflitos de mineração no ano passado. O estudo, que revelou uma média de 2,4 conflitos diários, identificou 975 casos em 736 localidades, excluindo apenas o Distrito Federal. Minas Gerais foi o estado mais afetado, concentrando 35,2% dos conflitos, seguido por Pará, Bahia e Alagoas.
O coordenador da pesquisa, Luiz Jardim Wanderley, observou que, embora o número de pessoas afetadas tenha diminuído em relação a 2023, o aumento no número de localidades com conflitos é alarmante. Foram registradas 329 novas áreas de conflito, mostrando a necessidade urgente de atenção a essas questões. O relatório também documentou 32 mortes de trabalhadores e diversas ameaças, evidenciando a gravidade da situação.
As mineradoras, como Vale e Samarco, foram citadas como as principais responsáveis pelos conflitos, levantando questões sobre a eficácia das políticas sociais e ambientais que afirmam seguir. A Vale, em resposta, reafirmou seu compromisso com a gestão de riscos e a comunicação com as comunidades locais, enquanto a Samarco destacou seus esforços na reparação dos danos causados por desastres anteriores. O relatório sugere a necessidade de um diálogo mais efetivo e ações concretas para mitigar os conflitos e proteger os direitos das comunidades afetadas.