Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, especialistas destacaram que a reforma do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) de 2017 está na raiz dos problemas enfrentados pelos estudantes. O evento, solicitado pelo deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), teve foco especial nos cursos de Medicina, onde as mensalidades podem chegar a R$ 13 mil, enquanto o financiamento atual cobre apenas até 75% desse valor.
O diretor de Políticas e Programas de Educação Superior do Ministério da Educação, Adilson Santana de Carvalho, afirmou que essa mudança tornou o Fies inviável para alunos de baixa renda, que precisam arcar com altos custos. Além disso, a redução do valor financiado contribuiu para um aumento alarmante na inadimplência e evasão, com cerca de 70% dos estudantes de Medicina abandonando seus cursos, segundo o coordenador da Comissão Permanente de Educação do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais.
Em resposta a essas questões, o MEC planeja implementar uma nova modalidade do Fies a partir de 2026, visando recuperar a cobertura integral das mensalidades para estudantes de baixa renda. Além disso, o ministério já tomou medidas para limitar os reajustes das mensalidades, que em muitos casos superam a inflação. A audiência evidenciou a urgência de intervenções para garantir a viabilidade do financiamento estudantil e o acesso à educação superior no Brasil.

