A discussão sobre a reeleição sem limites no Brasil destaca preocupações sobre a integridade do sistema judicial e a segurança jurídica. Embora essa prática não tenha sido deliberada pelos constituintes, ela se consolidou ao longo do tempo, especialmente em um contexto de crescente polarização política. A falta de restrições à reeleição presidencial pode resultar em um Judiciário vulnerável a influências políticas, comprometendo sua imparcialidade.
A reeleição contínua, a partir da redemocratização, apresenta riscos significativos para o equilíbrio do sistema constitucional. Em comparação com outros países, como os Estados Unidos, o Brasil não impõe limites à reeleição, o que possibilita que um presidente se mantenha no cargo indefinidamente. Essa dinâmica pode levar à tentação de um controle político sobre a Suprema Corte, minando a confiança na aplicação da lei de forma justa e objetiva.
Para garantir a credibilidade das instituições democráticas, é fundamental que a sociedade brasileira analise os impactos da reeleição sem limites. A possibilidade de um Judiciário alinhado ideologicamente a uma corrente política pode desvirtuar a democracia e comprometer os direitos dos cidadãos. Por isso, um debate aberto sobre essa questão se torna essencial para preservar a imparcialidade e a independência do Judiciário, que é um pilar fundamental do Estado de Direito.

