Queima de fogos na virada do ano afeta autistas e idosos

Sofia Castro
Tempo: 2 min.

A queima de fogos de artifício, uma tradição popular na virada do ano, gera preocupações significativas entre grupos sensíveis, incluindo pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e idosos. Especialistas, como o neuropediatra Anderson Nitsche, alertam que os efeitos dos fogos vão além do momento da celebração, podendo causar problemas de insônia e crises sensoriais que impactam o comportamento. A neurologista Vanessa Rizelio enfatiza que esses indivíduos não conseguem associar o barulho à festividade, mas sim a um desconforto intenso.

Além do TEA, a queima de fogos também afeta idosos, especialmente aqueles com demência, que podem sofrer surtos e alucinações devido ao estresse sonoro. Para mitigar os efeitos adversos, algumas cidades brasileiras estão reconsiderando a prática, adotando legislações que proíbem fogos barulhentos e promovem alternativas silenciosas, como espetáculos de luz. A psicóloga Ana Maria Nascimento argumenta que essas mudanças preservam o caráter coletivo das festividades e ampliam o direito à participação de todos, sem causar sofrimento a grupos vulneráveis.

A discussão sobre a queima de fogos enfatiza a necessidade de empatia e adaptação das tradições para incluir pessoas com diferentes sensibilidades. Nitsche e Dultra defendem que a mudança não é apenas benéfica para os autistas, mas para a sociedade como um todo, ao promover um ambiente mais acolhedor. Com uma prevalência de 3% de autismo na população, a conscientização sobre essas questões é essencial para garantir que as celebrações sejam realmente festivas para todos, sem que a alegria de uns dependa do sofrimento de outros.

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