Um recente relatório do Instituto Nacional de Estatística (Istat) indica que a Itália enfrenta uma crescente aversão à paternidade entre sua população jovem, com fatores econômicos sendo os mais citados. Apenas 21,2% dos indivíduos entre 18 e 49 anos manifestaram a intenção de ter filhos nos próximos três anos, uma queda alarmante em relação a 2003, quando esse número era de 25%. A situação é ainda mais crítica entre os jovens de 18 a 24 anos, onde cerca de 90% afirmam não querer filhos, apesar de uma maioria expressar desejo de paternidade futura.
O relatório destaca que um em cada três adultos em idade fértil aponta razões econômicas para a decisão de não ter filhos, com preocupações relacionadas ao emprego e à falta de um parceiro também sendo mencionadas. Entre as mulheres, metade acredita que a maternidade prejudicaria sua carreira, enquanto a maioria dos homens não vê essa questão como um obstáculo. A transformação demográfica da Itália, marcada por incertezas econômicas, tem levado os jovens a adiar ou abandonar a ideia de formar uma família.
As implicações dessa tendência são preocupantes, com o Istat projetando uma possível perda de 11,5 milhões de habitantes até 2070, o que significaria uma queda populacional de 20% em menos de cinquenta anos. Essa realidade ressalta a necessidade de políticas públicas que incentivem a natalidade e abordem as preocupações econômicas que afetam os jovens. A contínua diminuição na taxa de natalidade pode resultar em desafios significativos para a economia e a estrutura social do país no futuro.

