A previdência privada no Brasil enfrenta um período de ajuste, conforme apontam especialistas do setor. De janeiro a outubro de 2025, a captação de recursos caiu 18,6%, totalizando cerca de R$ 134 bilhões, com os resgates aumentando 15% e alcançando R$ 128 bilhões. O cenário é atribuído à nova cobrança de IOF de 5% sobre aportes em planos VGBL que ultrapassam R$ 300 mil, medida implementada pelo governo no segundo semestre.
Além do impacto direto do IOF, a alta taxa Selic, atualmente em 15%, tem levado investidores a reconsiderar a previdência em comparação a opções de renda fixa de curto prazo. Especialistas destacam que o VGBL representa a maior parte dos planos ativos e da arrecadação do setor, tornando a nova tributação ainda mais significativa. As seguradoras, como a Bradesco e a XP, estão reavaliando suas estratégias, focando em produtos alternativos e em melhorar a comunicação com os clientes.
As mudanças no cenário de previdência privada trazem implicações para o futuro do mercado. A adaptação das seguradoras em resposta ao IOF e à Selic alta indica uma busca por inovação e diversificação de produtos. Com as tendências atuais, o setor precisará manter a atratividade para os investidores, sem deixar de lado a importância do planejamento sucessório e financeiro a longo prazo.

