Dados recentes da Federação Nacional de Vida e Previdência (Fenaprevi) revelam que a previdência privada no Brasil está passando por um momento de ajuste significativo. Entre janeiro e outubro de 2025, os aportes em previdência complementar aberta totalizaram aproximadamente R$ 134 bilhões, apresentando uma queda de 18,6% em comparação ao ano anterior. Esse cenário é exacerbado por uma tributação de IOF de 5% sobre aportes superiores a R$ 300 mil em planos VGBL, medida implementada pelo governo federal no segundo semestre do ano.
O diretor da consultoria Aon, Harenton Ribeiro Jr., destaca que a relação entre a nova cobrança de IOF e a diminuição na captação de recursos é direta, evidenciando o impacto significativo dessa medida no setor. O VGBL, que representa 63% dos planos ativos, tem sido o mais afetado, refletindo uma redução de cerca de 40% na receita. Além disso, a taxa Selic elevada, atualmente em 15%, incentiva os investidores a reconsiderarem suas opções, favorecendo aplicações em renda fixa de curto prazo em detrimento da previdência.
Diante deste contexto, as seguradoras estão adaptando suas estratégias para mitigar o impacto do IOF e atrair novos investidores. Algumas empresas estão ampliando suas ofertas de produtos, focando não apenas na previdência, mas também em coberturas de risco. O aumento dos resgates, que cresce em virtude do envelhecimento da população e da necessidade de usufruir dos recursos, também é um fator a ser considerado, indicando uma mudança no comportamento do consumidor nesse segmento.

