Fernando Fenolio, economista-chefe da WHG, destaca que a pressão fiscal nos Estados Unidos pode levar à abertura dos juros longos, um fenômeno que pode travar investimentos. O governo Trump recorre a cortes de tarifas para aliviar o custo de vida dos cidadãos, incluindo bens como café e laranja provenientes do Brasil. Essa estratégia é vista como uma tentativa de conter a inflação antes das eleições de 2026.
Fenolio observa que, embora a redução de tarifas possa aumentar a arrecadação, a proposta de enviar cheques de US$ 2 mil para cidadãos com renda de até US$ 100 mil anuais pode gerar resistência no Congresso. Essa medida, além de ser uma resposta ao custo de vida, levanta preocupações sobre a saúde fiscal do país. O aumento do déficit público pode criar um cenário desafiador para a economia americana, elevando o ‘term premium’ e tornando as hipotecas mais caras.
O economista enfatiza que a situação fiscal dos EUA será um tema central para os investidores em 2026, especialmente em um ambiente de pressão política e social. A dinâmica entre tarifas, déficit e juros será crucial para moldar o futuro econômico do país. Assim, o governo deve avaliar cuidadosamente suas ações para evitar distorções econômicas e garantir uma gestão fiscal equilibrada.


