O sociólogo Luiz Augusto Campos, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), defende a criação de grupos de trabalho para acompanhar o impacto das políticas de ação afirmativa sobre os egressos. Campos, um dos organizadores do livro “Impacto das Cotas: Duas Décadas de Ação Afirmativa no Ensino Superior Brasileiro”, destacou que a efetividade das cotas deve ser analisada também fora das instituições de ensino, especialmente em relação ao mercado de trabalho.
Durante um evento realizado no fim de novembro, Campos enfatizou que a Lei de Cotas deve ser vista como uma ferramenta para reduzir desigualdades sociais. Ele criticou o critério socioeconômico atual, que limita a renda dos candidatos a R$ 2.277, o que, segundo ele, dificulta o acesso de estudantes de baixa renda aos programas de pós-graduação. A análise de sua trajetória se torna fundamental para avaliar o sucesso da política de cotas.
Com a Lei 8.121, de 2018, que estabelece a programação das ações afirmativas na Uerj, prevista para revisão apenas em 2028, Campos sugere que as universidades possam revisar suas próprias normas de ingresso. Ele alerta que a situação é complexa e que há riscos legais envolvidos, enfatizando a importância de uma abordagem mais flexível para garantir a inclusão de grupos historicamente marginalizados no ensino superior.


