Pesquisa aponta prejuízos a catadores por plásticos não recicláveis no Rio

Patricia Nascimento
Tempo: 2 min.

Uma pesquisa realizada entre julho e dezembro de 2025 revela que a baixa reciclabilidade de embalagens plásticas gera perdas significativas para catadores no estado do Rio de Janeiro. Divulgada nesta segunda-feira (22), a investigação abrangeu 20 organizações de catadores, sendo 10 na capital fluminense e 10 em regiões como sul e Costa Verde. Os dados mostram que, em média, quase 16 horas mensais são perdidas na triagem de plásticos que não geram retorno financeiro, o que representa cerca de 9,4% do tempo de trabalho desses profissionais.

A pesquisa, realizada pelo Instituto de Direito Coletivo (IDC) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca que a maioria dos catadores é mulher, com 68,56% do total. Além disso, estima-se que as cooperativas deixem de arrecadar entre R$ 1.179,03 e R$ 3.771,72 mensalmente devido à falta de valorização de plásticos que poderiam ser reciclados. A presidente do IDC, Tatiana Bastos, ressalta a importância dos catadores no sistema de reciclagem e a necessidade de remuneração justa pelo serviço ambiental que prestam.

Os pesquisadores enfatizam a urgência de responsabilizar a indústria, especialmente o setor alimentício, por suas práticas de embalagem. A pesquisa aponta a necessidade de investimentos em design circular e alternativas mais sustentáveis, além de uma melhor fiscalização das legislações ambientais existentes. O fortalecimento da logística reversa é crucial para reduzir danos ao meio ambiente e garantir uma renda digna para os catadores, que desempenham um papel essencial na coleta seletiva do país.

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