ONU pede ao Irã suspensão da execução de jovem acusada de homicídio

Rafael Barbosa
Tempo: 2 min.

Especialistas em direitos humanos da ONU pediram ao Irã que suspenda a execução de Goli Kouhkan, uma jovem de 25 anos, casada aos 12, acusada de matar o marido agressor. O apelo foi feito em um comunicado publicado nesta terça-feira (2), que destaca as nuances de gênero e as violações de direitos humanos presentes no caso. A execução dela está agendada para dezembro, o que gerou preocupações internacionais sobre a justiça e os direitos das mulheres no país.

De acordo com os especialistas, Goli, pertencente à minoria balúchi e sem documentação, teria sido forçada a assumir a responsabilidade pela morte do marido, após anos de violência física e psicológica. A situação é ainda mais complexa, pois sua família aceitou aceitar uma compensação financeira em vez da execução, prática prevista na sharia iraniana. Isso levanta questões sobre a equidade do sistema judicial e os direitos das mulheres, especialmente aquelas em situações vulneráveis.

Os especialistas alertam que a execução de Goli Kouhkan constituiria uma grave violação do direito internacional, uma vez que quase metade das mulheres condenadas por homicídio no Irã entre 2010 e 2024 foram vítimas de violência doméstica. A ONU e grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, destacam a necessidade urgente de reformas no sistema penal do Irã, que frequentemente ignora as circunstâncias que levam mulheres a cometer crimes em contextos de abuso.

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