Mulheres desafiam regras e competem sem hijab em maratona no Irã

Amanda Rocha
Tempo: 2 min.

No dia 5 de dezembro, centenas de mulheres participaram de uma maratona na ilha de Kish, no sudoeste do Irã, desafiando a obrigatoriedade do uso do hijab. O evento, que contou com a participação de aproximadamente 5.000 corredores, resultou na prisão de dois organizadores, conforme anunciado pelo Judiciário iraniano. O órgão alegou que o evento violou a decência pública e as normas religiosas estipuladas no país.

As autoridades destacaram que, apesar de advertências anteriores sobre a necessidade de seguir as leis e regulamentos, a maratona foi realizada de maneira a desrespeitar os princípios estabelecidos. A jornalista e ativista Masih Alinejad, exilada nos Estados Unidos, relatou que a Federação Iraniana de Atletismo tentou impedir a corrida, mas as participantes se mostraram firmes em sua decisão de não usar o hijab, retratando um momento significativo de resistência.

Esse episódio evidencia um crescente descontentamento com as restrições impostas às mulheres no Irã, onde o uso do hijab é obrigatório desde a Revolução Islâmica de 1979. Alinejad observou que, apesar das ameaças de repressão mais severa, as mulheres continuam a lutar por seus direitos, desafiando um regime que busca manter o controle sobre suas vidas. O desdobramento desse evento pode intensificar o debate sobre os direitos das mulheres no país e a aplicação das leis de moralidade.

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