Onze integrantes da Força Aérea Equatoriana foram condenados a quase 35 anos de prisão por seu papel no desaparecimento forçado de quatro adolescentes, cujos corpos foram encontrados carbonizados em 2024. O Ministério Público anunciou a condenação em 22 de dezembro de 2025, destacando que as vítimas, com idades entre 11 e 15 anos, foram abordadas enquanto jogavam futebol em Guayaquil. O tribunal determinou que os militares foram os responsáveis diretos pelo crime, que incluiu tortura e execução.
O caso, que chocou a sociedade equatoriana, expôs um contexto mais amplo de violência e abusos cometidos pelas forças armadas no país. Durante o processo, foram apresentados vídeos que mostraram a brutalidade dos militares, incluindo agressões físicas e disparos próximos à cabeça das vítimas. Além disso, a Anistia Internacional denunciou a resistência das Forças Armadas em reconhecer sua responsabilidade pelos atos cometidos, aumentando as preocupações sobre a atuação militar na segurança pública.
As condenações refletem a crescente pressão sobre o governo do presidente Daniel Noboa, que enfrenta críticas por sua política de linha dura contra o narcotráfico. O caso levanta questões sobre o tratamento de direitos humanos no Equador e as implicações do uso das Forças Armadas em operações de segurança. Com denúncias de desaparecimentos forçados de outras cinquenta pessoas desde 2023, a situação exige uma resposta robusta das autoridades para restaurar a confiança pública e proteger os direitos civis.

