A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou, na madrugada de terça-feira (2), contra o apoio do PL à candidatura de Ciro Gomes ao governo do Ceará, após críticas de seus filhos. Esse desentendimento revela tensões internas no bolsonarismo, especialmente em um momento em que a figura de Jair Bolsonaro está ausente devido à sua prisão desde 22 de novembro. Michelle destacou que não consegue aceitar o endosso a uma figura que frequentemente atacou seu marido.
Em sua declaração, ela expressou descontentamento por apoiar alguém que, segundo ela, contribuiu para a narrativa de que Jair Bolsonaro seria responsável por genocídio devido à gestão da pandemia. Além disso, criticou o gesto de Ciro ao assinar uma petição que resultou na inelegibilidade do ex-presidente. A presidente do PL Mulher afirmou que respeita a posição dos enteados, mas não se sente obrigada a se calar diante do apoio ao candidato tucano.
Com a situação cada vez mais tensa, o PL convocou uma reunião de emergência para tentar conter o desgaste interno e fortalecer a liderança de Flávio Bolsonaro como articulador político. A crise familiar e partidária reflete um vácuo de poder no bolsonarismo e levanta questões sobre a direção futura do partido em um contexto eleitoral complicado. A expectativa é que essa reunião ajude a esclarecer as posições e reforce a unidade da sigla em um momento desafiador.

