O Senado do México aprovou, na noite de quarta-feira (10), uma proposta que impõe tarifas de importação a produtos de 1.463 categorias, incluindo itens de setores como automotivo e têxtil, afetando diretamente o Brasil. Com 76 votos a favor e 5 contra, a proposta está alinhada a um cenário de endurecimento tarifário global, refletindo preocupações do país em relação a importações sem acordos comerciais. A medida ainda precisa da sanção da presidente Claudia Sheinbaum para ser oficializada, com previsão de entrada em vigor em 1º de janeiro de 2026.
A nova tarifa, que varia entre 20% e 50%, impacta significativamente o comércio bilateral entre Brasil e México, que em 2024 superou US$ 12 bilhões. O Brasil, um dos principais exportadores para o México, pode enfrentar dificuldades adicionais com o encarecimento do acesso a este mercado, comprometendo margens de lucro em setores já vulneráveis à volatilidade cambial e à concorrência internacional. Além disso, a medida pode complicar as cadeias produtivas, especialmente no setor automotivo, que depende de insumos importados.
A proposta gerou críticas, tanto internas como externas, com a China classificando-a de protecionista. Enquanto isso, a oposição mexicana questiona a influência dos Estados Unidos nas decisões comerciais do país. O governo mexicano, por sua vez, argumenta que a reforma faz parte do Plano México, destinado a reduzir a dependência de insumos importados e fortalecer a produção local.

