Presidentes e ministros dos países do Mercosul iniciam reuniões em Foz do Iguaçu, Paraná, nesta sexta-feira, 19 de dezembro, após a União Europeia solicitar o adiamento da assinatura de um acordo comercial. O pacto, que deveria ser assinado durante a cúpula, foi adiado para janeiro em resposta a protestos de agricultores, especialmente na França e na Itália, preocupados com a competitividade dos produtos sul-americanos.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que detém a presidência rotativa do Mercosul, transmitirá a solicitação da UE aos demais líderes do bloco. Ele destacou que, apesar da importância do acordo, que criaria a maior zona de livre comércio do mundo, não há o que fazer se o pacto não estiver pronto para assinatura. A expectativa é que a cúpula, que conta com a presença dos presidentes da Argentina, Uruguai e Paraguai, possa definir os próximos passos.
As tensões entre Brasil e Paraguai, decorrentes de uma recente operação de espionagem, e a falta de reuniões bilaterais entre Lula e seu homólogo argentino, Javier Milei, também marcam o cenário das negociações. Além disso, o Brasil busca incluir seus setores automotivo e sucroalcooleiro no mercado comum do Mercosul, o que enfrenta resistência entre os membros do bloco. O desfecho dessas discussões poderá ter implicações significativas para o futuro econômico e político da região.