Nesta quarta-feira (3), a justiça francesa condenou Maylis Daubon, de 53 anos, a 30 anos de prisão por intoxicar suas duas filhas, resultando na morte de uma delas, Enea, de 18 anos. O tribunal de Mont-de-Marsan considerou a gravidade das ações de Daubon, que não apenas administrou medicamentos letais a Enea, mas também tentou assassinar seu ex-marido. O veredicto foi proferido após um julgamento em que a ré se mostrou estoica e não olhou para o tribunal durante a leitura da sentença.
Enea faleceu em 2019 após ingerir uma dose excessiva de propranolol, um betabloqueador que desacelera a atividade cardíaca. Sua irmã, Luan, também foi afetada, tendo ingerido um sonífero, mas sobreviveu e defendeu a inocência da mãe durante o processo. A presidente do tribunal, Emmanuelle Adoul, destacou que a sentença reflete a seriedade dos atos, impondo um período de segurança de 20 anos antes que Daubon possa solicitar liberdade condicional.
A condenação de Daubon levanta questões sobre a saúde mental e o bem-estar familiar, uma vez que Enea apresentava problemas psicológicos e não frequentava a escola há mais de um ano. Além das acusações de intoxicação, Daubon também foi investigada por supostas tentativas de suborno relacionadas à tentativa de assassinato de seu ex-marido. O caso, que chocou a comunidade local, poderá ter desdobramentos legais, já que a ré tem dez dias para recorrer da decisão.


