Em uma entrevista ao jornal Les Echos, o presidente francês Emmanuel Macron pediu ao Banco Central Europeu (BCE) que reavaliasse sua abordagem em relação à política monetária, enfatizando a importância de considerar também o crescimento e o emprego, além da inflação. O líder francês argumentou que a Europa deve capitalizar seu mercado interno e sua alta taxa de poupança, especialmente em um momento de estagnação econômica e crescente competição global, com o dólar americano e o yuan chinês sendo utilizados como armas econômicas.
Macron destacou que a política monetária europeia precisa ser ajustada, sugerindo que o BCE deve expandir suas metas para incluir não apenas o controle da inflação, mas também o objetivo de fomentar o crescimento econômico. Ele observou que a decisão do BCE de continuar vendendo títulos governamentais poderia elevar as taxas de juros a longo prazo, o que, segundo ele, poderia desacelerar a atividade econômica e fortalecer o euro de maneira indesejada. A presidente do BCE, Christine Lagarde, já havia pedido por medidas mais amplas para impulsionar a integração europeia.
Essa posição de Macron, embora audaciosa, levanta questões sobre a independência do BCE e seu papel, já que líderes da zona do euro geralmente evitam comentar sobre decisões da autoridade monetária. Em um momento em que a instabilidade financeira é uma preocupação crescente, especialmente com a desregulamentação nos EUA, Macron instou a Europa a proteger sua zona monetária, sugerindo a emissão de dívida para oferecer ativos seguros e líquidos. Essa mudança de foco pode ser crucial para a recuperação econômica da Europa e para a manutenção da estabilidade financeira na região.

