O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciaram um novo diálogo que pode aliviar tensões comerciais entre os países. O ex-embaixador Rubens Barbosa, em entrevista, afirmou que essa reaproximação ainda requer cautela e não implica uma mudança definitiva na relação bilateral. Segundo ele, a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros foi uma decisão unilateral americana, impulsionada por interesses internos dos EUA.
Barbosa ressaltou que, apesar da tentativa do governo Lula de capitalizar politicamente essa oportunidade, a relação ainda está vulnerável. O ex-embaixador alertou que temas sensíveis, como a crise na Venezuela e a regulação de grandes empresas de tecnologia, podem ressurgir e gerar tensões. Além disso, cerca de 20% das exportações brasileiras ainda enfrentam tarifas elevadas, o que limita os benefícios dessa nova fase de diálogo.
A reaproximação entre Lula e Trump também afeta o cenário eleitoral brasileiro, especialmente em relação ao bolsonarismo, que perde força à medida que o republicano adota uma postura mais pragmática. Barbosa adverte que, até o momento, não houve uma negociação comercial real e que a relação permanece frágil. Assim, o equilíbrio entre os dois líderes pode influenciar significativamente as eleições de 2026, criando um cenário incerto para o futuro político do Brasil.