Em discurso na abertura da Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, o presidente Lula alertou sobre os riscos de uma intervenção armada dos Estados Unidos na Venezuela, classificando-a como uma ‘catástrofe humanitária’. Ele enfatizou que essa ação poderia criar um ‘precedente perigoso para o mundo’ e destacou as verdadeiras ameaças à soberania da América Latina, que se manifestam através da guerra, forças antidemocráticas e crime organizado.
A declaração de Lula ocorre em meio a um aumento das tensões entre os governos dos Estados Unidos e da Venezuela, especialmente após o sobrevoo de aeronaves militares americanas nas proximidades da costa venezuelana. A presença militar dos EUA na região, justificada como parte do combate ao narcotráfico, intensificou a preocupação sobre a segurança e a estabilidade no hemisfério. Lula criticou a presença de uma ‘potência extrarregional’ no continente, referindo-se diretamente aos Estados Unidos, e pediu uma reflexão sobre os impactos de tais ações.
As tensões entre os dois países se agravaram com a resposta de Nicolás Maduro ao bloqueio naval imposto por Donald Trump, que incluiu a ordem de escolta militar para embarcações venezuelanas. A Venezuela também começou a permitir a saída de petroleiros para a China, seu principal comprador, buscando contornar as sanções. Essa escalada de hostilidades aumenta o risco de incidentes militares na região e gera críticas internacionais, especialmente da China, que condenou as ações americanas como intimidação unilateral.