Na noite de quarta-feira, 17, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetará o projeto de lei que propõe a redução das penas para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro. A proposta, que já foi aprovada pelo Senado, aguarda sanção presidencial. Gleisi enfatizou a importância de que os responsáveis por atentados contra a democracia respondam por seus atos.
Durante sua declaração, a ministra criticou a atuação do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, que, segundo ela, tomou decisões na Comissão de Constituição e Justiça sem a devida consulta a outros membros do governo. Gleisi descreveu a condução do tema como um erro lamentável, uma vez que o governo sempre se posicionou contrariamente à proposta. O acordo que possibilitou a votação do projeto foi visto como uma manobra para acelerar o processo legislativo, mas gerou descontentamento interno.
Jaques Wagner, por sua vez, assumiu a responsabilidade pela situação e afirmou que o acordo foi apenas uma questão de procedimento e não sobre o conteúdo do projeto. A divergência entre Wagner e Gleisi evidencia as tensões dentro do governo, que podem impactar a eficácia de sua estratégia legislativa e a imagem do presidente Lula em relação a temas sensíveis como a justiça. O veto anunciado por Lula pode ser um passo decisivo na manutenção da integridade democrática e na resposta a atos de violência política.