O ex-presidente da Bolívia, Luis Arce, foi detido no dia 10 de dezembro, em Sopocachi, La Paz, sob acusação de corrupção relacionada ao desvio de verbas do ‘Fundo Indígena’. A operação que resultou em sua prisão aconteceu pouco mais de um mês após sua saída do cargo, marcado por uma grave crise econômica. A ex-ministra da Presidência, María Nela Prada, denunciou a prisão como ‘arbitrária’ e solicitou a atenção da comunidade internacional.
As investigações apontam que Arce, enquanto era ministro da Economia no governo de Evo Morales, teria autorizado a transferência de grandes quantias destinadas a iniciativas de desenvolvimento indígena para contas pessoais. Entre 2006 e 2016, o Fundo de Desenvolvimento Indígena recebeu cerca de 3,2 bilhões de bolivianos, mas apenas 42% desse valor foi efetivamente utilizado. O caso levanta questões sérias sobre a gestão de recursos públicos e a integridade dos ex-integrantes do governo.
A prisão de Arce pode ter repercussões significativas na política boliviana, especialmente em um momento em que o país está sob nova liderança. Rodrigo Paz, seu sucessor, é o primeiro presidente de direita após duas décadas de governos de esquerda. Este desenvolvimento poderá impactar as relações políticas e sociais na Bolívia, além de acirrar o debate sobre corrupção e transparência no país.

