Livro Axé-Amém promove diálogo entre religiões afro-brasileiras e evangélicas

Laura Ferreira
Tempo: 2 min.

A Formação Axé-Amém, uma iniciativa do Instituto de Estudos de Religião, visa construir um diálogo entre evangélicos e praticantes de religiões de matriz africana no Brasil. Durante quatro meses, 37 escritores colaboraram na elaboração do livro “Axé-Amém: Encruzilhadas da Fé Negra no Brasil”, que foi lançado no Rio de Janeiro no dia 2 de dezembro. A obra aborda experiências de dupla pertença religiosa e práticas de resistência, fundamentando-se no conceito de Escrevivência proposto pela escritora Conceição Evaristo.

O livro reúne relatos que refletem as vivências dos autores e suas jornadas de aceitação e transformação pessoal. Uma das autoras, Amanda Damasceno, compartilha sua experiência de lidar com a escolha da filha pelo candomblé, um momento que desafiou suas crenças evangélicas. O babalorixá Igor Almeida também destaca a importância do projeto para mudar a percepção sobre as diferentes vertentes da religiosidade negra no Brasil, promovendo respeito e compreensão entre elas.

Com a expectativa de que a obra funcione como uma ferramenta de educação e debate, Carolina Rocha, uma das idealizadoras do projeto, enfatiza que o livro deve ser um facilitador de conexões, não um divisor. A alta adesão de evangélicos ao projeto surpreendeu os organizadores, evidenciando um interesse crescente em discussões sobre pluralidade religiosa e enfrentamento do racismo religioso na sociedade brasileira.

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