O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) definiu para 24 de fevereiro de 2026, às 8h, o julgamento de Arielson da Conceição Santos, preso, e Marílio dos Santos, foragido, acusados pela morte da ialorixá e líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete. A sessão ocorrerá na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador e poderá se estender até o dia seguinte, se necessário. Os réus respondem por homicídio qualificado, caracterizado como feminicídio, conforme a denúncia que aponta motivos torpes e a crueldade do crime.
O processo foi transferido da Comarca de Simões Filho para Salvador, devido à grande repercussão social do caso, que poderia comprometer a imparcialidade dos jurados. No dia do julgamento, a acusação contará com o apoio dos advogados Hédio Silva Jr. e Anivaldo dos Anjos Filho, que atuarão em nome da família de Mãe Bernadete como assistentes do Ministério Público da Bahia. A defesa também participará ativamente de todas as fases do rito do Tribunal do Júri, apresentando suas testemunhas e argumentos.
A data do julgamento é um marco significativo no caso que atraiu a atenção da sociedade e das autoridades. A expectativa é que o tribunal leve em consideração não apenas as evidências, mas também o impacto social e emocional que a morte de Mãe Bernadete gerou na comunidade quilombola e nas práticas de justiça social. A condução do processo promete ser um momento de reflexão sobre a violência de gênero e os direitos das minorias no Brasil.