A província de Jiangxi, no sul da China, é reconhecida por suas vastas reservas de terras raras, essenciais para diversas tecnologias, desde smartphones até sistemas de mísseis. A intensa atividade de mineração nesta região ocorre sob rigorosa vigilância, e a expansão das operações é um reflexo do esforço contínuo da China para dominar esse setor estratégico. Em novembro, jornalistas da AFP visitaram o local, onde a maioria das empresas operadoras se recusou a fornecer entrevistas.
O crescimento da indústria de terras raras na China é notável, com o número de locais de processamento saltando de 117 em 2010 para 3.085 em 2022, conforme dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Essa expansão está ligada ao fortalecimento da posição da China no mercado global, especialmente em um contexto de tensões comerciais com os Estados Unidos, que buscam alternativas para suas cadeias de suprimentos. Além disso, a União Europeia anunciou um investimento significativo para apoiar projetos de mineração e reciclagem, visando reduzir a dependência do fornecimento chinês.
Os impactos dessa dinâmica são profundos, afetando não apenas a economia global, mas também as relações internacionais. O domínio da China sobre as terras raras a coloca em uma posição de vantagem estratégica, enquanto países ocidentais enfrentam o desafio de encontrar fontes alternativas. A situação em Jiangxi, com suas cicatrizes de práticas de mineração passadas, ilustra a complexidade e os riscos ambientais envolvidos na extração desses minerais vitais.