O governo italiano anunciou uma nova política migratória que combina restrições à entrada de estrangeiros com uma via preferencial para descendentes de italianos. O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, revelou um decreto que permite aos descendentes solicitarem autorização de trabalho sem a limitação do tradicional sistema de cota, o Decreto Flussi.
Publicada no fim de novembro, a medida beneficia cidadãos de países com forte presença da diáspora italiana, como Brasil e Argentina. No entanto, especialistas ressaltam que é necessário fluência na língua italiana e adequação às profissões mais demandadas, como em fábricas e restaurantes, para que os trabalhadores sejam efetivamente contratados.
Essa iniciativa não apenas busca suprir a escassez de mão de obra em setores essenciais, mas também reforça o laço com a diáspora italiana, promovendo um retorno ao país. Contudo, os descendentes que renunciam ao reconhecimento de cidadania devem cumprir dois anos de trabalho subordinado antes de obter a naturalização, o que levanta questões sobre as condições desse ‘retorno’.


