Em 2026, o mercado de títulos de crédito privado no Brasil enfrentará um novo desafio, exigindo de investidores uma seleção mais rigorosa. Após perdas significativas com papéis de empresas como Braskem e Ambipar, a necessidade de equilíbrio entre proteção e liquidez se torna essencial para os gestores de ativos. “O ambiente será mais desafiador para obter retornos acima da média”, afirma o chefe de crédito da Bradesco Asset Management.
A situação atual é reflexo de uma compressão dos spreads, que atingiram níveis abaixo da média histórica, resultando em retornos menores para investidores. Eventos recentes, como a recuperação judicial da Ambipar e a liquidação do Banco Master, aumentaram a cautela entre os investidores, que agora priorizam fundos com menor risco e maior liquidez. Para a estrategista da SulAmérica Investimentos, a tendência é que o capital flua para opções mais seguras, como CDBs de bancos de primeira linha, embora as debêntures incentivadas ainda mantenham atratividade devido à isenção do imposto de renda.
Além disso, espera-se que o calendário de concessões impulsione a emissão de debêntures em 2026, com um volume significativo de leilões programados pelo Ministério dos Transportes. No entanto, a proximidade das eleições presidenciais poderá desacelerar o mercado, limitando o volume de operações. Os gestores reiteram a importância de uma análise cuidadosa antes de qualquer investimento, já que a pressa pode resultar em decisões desfavoráveis no competitivo mercado de títulos privados.

