Inteligência Artificial e a Controvérsia das Simulações de Mortos

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 1 min.

Recentemente, a tecnologia de inteligência artificial tem possibilitado a recriação de pessoas falecidas por meio de aplicativos que utilizam dados como fotos, vídeos e gravações de voz. Essa prática, que lembra um episódio da série <em>Black Mirror</em>, gera debates éticos sobre a manipulação da imagem e do legado de indivíduos que já partiram, especialmente quando não há consentimento claro.

O caso da Volkswagen, que lançou um comercial com a cantora Elis Regina, exemplifica a polêmica. Embora a empresa tenha obtido autorização dos herdeiros, surgem questões sobre a real vontade da artista em participar de tal projeto. Além disso, a acessibilidade dessa tecnologia levanta inquietações sobre o impacto emocional de interagir com versões artificiais de entes queridos, possivelmente dificultando o luto e confundindo a linha entre memória e apego.

Por fim, essa tecnologia provoca reflexões profundas sobre a identidade humana e o que significa ser lembrado. Ao reduzir uma pessoa a padrões replicáveis, corre-se o risco de desumanizar a memória, tratando a identidade como algo que pode ser imitado. Assim, a discussão sobre o uso ético da inteligência artificial no contexto da morte se torna cada vez mais relevante em nossa sociedade.

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