A prévia da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), registrou uma alta de 0,25% em dezembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira, 23. Esse resultado, embora dentro das expectativas, levanta debates entre analistas sobre a trajetória da Selic, com projeções de cortes graduais começando em março de 2026.
A economista Mariana Rodrigues, da SulAmérica Investimentos, destaca que os serviços subjacentes superaram as expectativas, o que pode dificultar cortes mais significativos na taxa de juros. Ela projeta uma Selic em 13% ao ano até o final de 2026, dependendo, em parte, das diretrizes econômicas do futuro governo. Já o CEO da MA7 Negócios, André Matos, reforça a necessidade de uma postura cautelosa na política monetária, apontando que a inflação ainda apresenta resistência à queda.
As expectativas em torno da inflação e da Selic são influenciadas pelo cenário econômico e político do país, especialmente em um ano eleitoral. Apesar da previsão de uma inflação mais fraca no início de 2026, analistas acreditam que a condução da política monetária deverá ser cuidadosa para evitar a desancoragem das expectativas. O mercado projeta que a Selic deverá encerrar 2026 entre 12% e 13% ao ano, refletindo a complexidade do ambiente econômico.