A imigração nos Estados Unidos, frequentemente retratada como uma ‘invasão’, é, na verdade, uma resposta a convites históricos feitos pelo país a trabalhadores imigrantes. Desde a Segunda Guerra Mundial, os EUA têm recrutado imigrantes mexicanos para suprir a escassez de mão de obra, especialmente em setores agrícolas. Esta abordagem contradiz a narrativa de perseguição promovida por algumas administrações, que frequentemente utilizam a repressão como uma estratégia de controle.
O programa Bracero, estabelecido após a guerra, facilitou a entrada de milhões de mexicanos no mercado de trabalho americano, garantindo-lhes salários e condições de vida mínimas. No entanto, essas promessas frequentemente não eram cumpridas, resultando em exploração e marginalização. A relação entre os EUA e os imigrantes mexicanos reflete um padrão de convite e rejeição, que se repetiu ao longo das décadas, levando a uma crise de identidade e direitos para os trabalhadores.
Atualmente, a retórica de ‘invasão’ ignora a realidade de que os imigrantes têm sido essenciais para o crescimento econômico dos EUA. A contínua manipulação das políticas de imigração pelo governo americano levanta questões sobre a ética e a responsabilidade em relação aos trabalhadores que respondem a um chamado há muito tempo. O futuro da imigração nos EUA dependerá de um reconhecimento mais honesto dessa relação histórica e das implicações das políticas contemporâneas.


