O presidente da Câmara, Hugo Motta, causou surpresa entre aliados ao pautar o PL da Dosimetria, que visa reduzir as penas dos condenados pelos eventos de 8 de janeiro. A aprovação ocorreu na madrugada desta quarta-feira, 10, e Motta afirmou que a decisão não foi influenciada pelo lançamento da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à presidência da República, destacando que sua intenção era ‘limpar a pauta’.
Embora Motta tenha negado qualquer pressão externa, a situação gerou especulações sobre a dinâmica interna do Centrão e a relação entre seus membros. Aliados próximos ao presidente da Câmara informaram que não houve solicitações diretas de figuras proeminentes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ou o presidente do PP, Ciro Nogueira. Essa ausência de pressão sugere que a decisão de Motta pode ser mais estratégica do que uma simples resposta a interesses pessoais.
As implicações dessa pauta para o cenário político são significativas, especialmente em um momento em que as candidaturas para as próximas eleições estão se consolidando. A aprovação do PL da Dosimetria pode ser vista como um movimento para agradar a setores da direita, mas também levanta questões sobre a prioridade legislativa e a influência do Centrão na Câmara. O desdobramento dessa situação poderá afetar diretamente as alianças políticas em jogo, à medida que se aproxima o período eleitoral.

