O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que um eventual atraso na assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia pode facilitar a conclusão do tratado. Em uma coletiva com jornalistas, realizada na quinta-feira, 18 de dezembro, Haddad ressaltou a importância de esclarecer aos agricultores europeus que não sofrerão prejuízos com o pacto, que estava programado para ser formalizado em 20 de dezembro durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Haddad argumentou que o acordo possui relevância geopolítica e não se limita apenas a questões comerciais. Ele enviou uma mensagem ao presidente francês, destacando que o tratado inclui salvaguardas para proteger os agricultores da França e da Itália. Apesar da resistência de países europeus, o ministro acredita que é válido esperar um tempo adicional para que as preocupações internas sejam abordadas adequadamente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se envolveu nas negociações, conversando com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que solicitou um prazo de até um mês para convencer os agricultores italianos sobre os benefícios do acordo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a formalização do tratado foi adiada para janeiro, em um cenário onde o acordo, negociado por mais de duas décadas, poderia criar uma das maiores áreas de livre comércio do mundo.

