A Finlândia, tradicionalmente um dos países mais disciplinados fiscalmente da União Europeia, enfrenta um déficit orçamentário crescente, exacerbado pela guerra na Ucrânia e pela drasticamente reduzida importação de energia da Rússia. O alerta da Comissão Europeia, que exige um plano para conter o déficit que poderá atingir 4,5% do PIB em 2025, coloca o país sob risco de sanções financeiras e supervisão fiscal mais rigorosa.
Os gastos com defesa aumentaram significativamente, passando de 5,1 bilhões de euros em 2022 para mais de 6,2 bilhões de euros em 2024, em resposta às ameaças russas. Além disso, o fechamento da fronteira com a Rússia, devido a preocupações de segurança, resultou em uma queda de quase 93% no comércio bilateral, afetando diretamente a economia finlandesa e reduzindo a arrecadação tributária.
Com a economia finlandesa enfrentando desafios como o envelhecimento da população e altos custos sociais, o governo já planeja um orçamento rigoroso para 2025, que inclui cortes de gastos e aumentos de impostos. No entanto, especialistas alertam que uma austeridade excessiva pode sufocar o crescimento necessário para estabilizar a economia, colocando em risco a recuperação do consumo interno e a confiança do consumidor no país que, apesar das dificuldades, é considerado um dos mais felizes do mundo.


