Governos locais têm papel decisivo na revolução verde da China

Bruno de Oliveira
Tempo: 2 min.

Estudos recentes destacam a importância das autoridades locais na China, que vão além da mera execução de políticas do governo central e se tornam fundamentais na formulação de ações climáticas. O livro “Implementing a low-carbon future” analisa o desenvolvimento de políticas de baixo carbono em cidades como Shenzhen, Zhenjiang, Xiamen e Nanchang, enfatizando a atuação de burocratas de nível médio que permanecem em suas posições e garantem a continuidade das iniciativas. Na prática, essas cidades têm sido responsáveis por inovações significativas, como o primeiro sistema de comércio de emissões da China, demonstrando que a criatividade local é vital para o sucesso das metas climáticas do país.

Apesar dos avanços, desafios estruturais e institucionais persistem, como a falta de pessoal dedicado e dados confiáveis sobre emissões. Muitas cidades ainda tratam as mudanças climáticas como uma responsabilidade secundária, o que limita a eficácia das políticas implementadas. Os estudos mostram que a continuidade das ações climáticas não depende apenas das lideranças locais, mas essencialmente da capacidade de burocratas em mobilizar recursos e criar coalizões para a implementação de mudanças duradouras.

O intercâmbio internacional e a colaboração entre cidades, como a parceria entre Shanghai e Los Angeles, continuam a ser fundamentais para a inovação no setor climático. O estudo sugere que o verdadeiro progresso climático na China não depende apenas de decisões centrais, mas da capacidade de profissionais locais em adaptar e aplicar políticas que atendam às necessidades específicas de suas regiões. Para consolidar os avanços, será essencial fortalecer a formação de pessoal e garantir condições institucionais que favoreçam a experimentação e a implementação efetiva.

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