Goldman Sachs é investigado por suposta omissão em IPO da Oncoclínicas

Patricia Nascimento
Tempo: 2 min.

A Oncoclínicas, a maior rede de tratamento oncológico do Brasil, enfrenta uma séria crise após registrar um prejuízo significativo e perder investimentos em um banco em liquidação. Em meio a essa turbulência, a empresa se vê no centro de ações judiciais movidas por acionistas minoritários, que questionam a participação da Centaurus, family office do bilionário John Arnold, em sua estrutura acionária. Os acionistas alegam que o Goldman Sachs, que atuou como controlador indireto durante a oferta pública inicial (IPO) em 2021, pode ter omitido informações cruciais sobre a Centaurus, o que poderia levar a indenizações milionárias.

A controvérsia gira em torno da participação da Centaurus, que, ao que parece, obteve uma fatia de 16,1% da Oncoclínicas após a criação do fundo Josephina III, levantando questionamentos sobre o momento dessa aquisição. Os acionistas minoritários alegam que o Goldman Sachs deveria ter revelado que a Centaurus já era uma acionista relevante durante o IPO, o que, se confirmado, implicaria na necessidade de uma oferta pública de aquisição (OPA) para garantir aos minoritários um preço justo por suas ações. A Abraicc, que representa esses acionistas, aguarda os desdobramentos das ações judiciais para decidir os próximos passos.

Independentemente do resultado, a situação levanta questões sérias sobre a transparência e a governança corporativa da Oncoclínicas. Se for comprovado que a Centaurus adquiriu sua participação após o IPO e que o Goldman Sachs omitiu essa informação, as consequências podem ser graves para ambas as entidades. A Abraicc, além de buscar indenizações, também considera responsabilizar a Anbima por suposta negligência em supervisionar adequadamente o processo de IPO, o que poderia resultar em repercussões significativas no mercado de capitais brasileiro.

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