O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou que não se opõe à criação de um código de conduta para os ministros, contanto que a proposta seja desenvolvida internamente na Corte. Mendes enfatizou que discussões sobre o tema ocorreram apenas uma vez, em diálogo com o presidente do STF, Edson Fachin, e que regras impostas de fora não têm sucesso dentro do tribunal.
Em sua análise, o ministro Mendes ressaltou que o ordenamento jurídico já contém diretrizes sobre impedimentos e suspeições, sugerindo que a introdução de novas regras poderia gerar manobras processuais e influenciar decisões judiciais. Ele alertou que a criação de impedimentos poderia resultar em maiorias provisórias, o que comprometeria a imparcialidade dos julgamentos e a integridade do tribunal.
Enquanto isso, Fachin defende a adoção de um código que regule a presença dos ministros em eventos, especialmente aqueles patrocinados por empresas com processos no STF. Ele considera o modelo do Tribunal Constitucional Federal da Alemanha como uma possível referência, que estabelece parâmetros tanto para a participação em eventos quanto para a conduta pessoal dos ministros fora do tribunal.

