Rafael Tudares, genro do ex-candidato à presidência da Venezuela, Edmundo González Urrutia, foi condenado a 30 anos de prisão em um julgamento que sua família caracteriza como clandestino e repleto de irregularidades. A decisão foi tomada após uma única audiência de mais de 12 horas, sem a presença de uma defesa independente, em um processo mantido sob sigilo desde setembro. Essa situação levanta sérias preocupações sobre a judicialização da política no país.
A família de Tudares alega que ele ficou em desaparecimento forçado por 11 meses e não teve acesso regular a seu advogado. As acusações contra ele, que envolvem suposta associação criminosa, foram baseadas em alegações sem provas concretas. A esposa de Tudares, Mariana, afirma que a condenação é uma retaliação política, uma vez que ele é inocente das acusações de conspiração e outros crimes graves.
Edmundo González Urrutia, pai de Tudares, descreveu a sentença como parte de uma estratégia sistemática do governo de Maduro para intimidar opositores e suas famílias. Ele denunciou a violação de princípios constitucionais e tratados internacionais, ressaltando como o uso do sistema judicial para punir parentes de adversários políticos é indicativo da fragilidade do regime e da confusão entre poder e impunidade.